quinta-feira, 22 de março de 2012

Vitória de todas as cores

A consagrada Declaração Universal dos Direitos Humanos frisa em todos os seus artigos a igualdade entre os homens, sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, origem nacional e afins. Porém, após sofrer preconceito racial no Paraguai, os jogadores vascaínos mostraram que há sim distinção entre as pessoas. Não pelos motivos citados, mas pela dedicação, hombridade e alma de vencedor. Aplicado desde o início e com um segundo tempo exemplar, o Gigante da Colina bateu o Libertad por 2x0, chegando aos 7 pontos no grupo 5. Nos pés e nos corações de brancos, mestiços e negros, o Vasco manteve os 100% de aproveitamento da camisa azul e agora divide a liderança com o time paraguaio.

São Januário estava lindo como poucas vezes. Torcida empolgada, com faixas, adereços, bandeiras e rostos pintados. O novo placar eletrônico, perfeito e com imagem de cinema. Para entrarmos no clima, vídeos de gols e partidas históricas do Clube, que mais uma vez precisava incorporar a alma vencedora de tantos títulos nacionais e internacionais.

Em campo, Cristóvão optou pelo esquema com 3 atacantes, com Eder Luis na direita e William Barbio na esquerda. A tentativa de dar ofensividade esbarrou na retranca do time paraguaio. Os dois pontas têm por característica a velocidade, mas recebiam todas as bolas de costas para a defesa, sem condições de engatar as arrancadas. Na tentativa de furar o bloqueio, trocávamos passes na intermediária e Felipe, muito marcado, não conseguia levar o time para perto do gol de Muñoz.

O Libertad seguia o manual de quem buscava o empate. Além de ficar atrás da linha da bola, fazia cêra e apelava para as faltas. A posse de bola cruzmaltina chegou aos 70%, o que não impediu sustos em contra golpes puxados por Civelli e suas pernas do tamanho do mundo. Sorte nossa que o que elas têm de tamanho, falta de talento.

A torcida, consciente da dificuldade da partida, incentivou o time na descida para o vestiário, apesar das poucas chances de gol criadas. Os cinco minutos finais mostraram que o time de Assunção começava a cansar de tanto marcar e espaços surgiam.

Para a segunda etapa, Juninho e Allan entraram em lugar de Eduardo Costa e Eder Luis. Além dos nomes, mudou a atitude do time em campo. Cada bola virou um prato de comida e o time estático da primeira etapa deu lugar a outro com movimentação e triangulações com trocas de posições entre laterais, meias e atacantes. Rômulo virou um monstro no meio-campo e Felipe, mais recuado, mostrou a habitual qualidade no passe.

A pressão era gigantesca e Alecsandro teve duas chances. Na melhor delas, cabeceou na rede pelo lado de fora e muita gente gritou gol. O grito entalado não demorou a sair com toda força. Juninho cobrou escanteio e a bola voltou aos seus pés de Rei. Com o talento que Deus lhe deu, colocou a bola entre o goleiro e a trave marcando um gol Monumental. O tento que inaugurou o novo placar não poderia ter melhor autor.

A explosão de emoção que tomou a Colina se espalhou por milhões de lares vascaínos no brasil e no mundo. Pobre Libertad, que via o time de macacos dar uma aula de futebol. Desnorteados, assistiram Allan humilhar o marginal Samudio e cruzar para o segundo gol, do artilheiro Alecsandro. Nova festa, agora com beijos para a torcida, que o apoiou quando perdeu dois pênaltis contra o Alianza.

Tentando de alguma forma atacar, o time paraguaio e seus torcedores assistiram ao show de nossa zaga. Dedé e Renato Silva foram perfeitos, aniquilando qualquer plano de ataque. Na frente, William Barbio infernizava os defensores rivais, mostrando o poder dos nossos heróis de Ébano.

O time pressionou em busca do terceiro gol, que acabou não saindo. Não precisava. A missão da noite já estava cumprida. Na bola e na moral, demos uma aula para os paraguaios. Sob a regência de um Rei branco, com o toque de um artilheiro moreno e com uma muralha negra na defesa, o time de armadura azul mostrou que está firme na luta pela classificação e do sonho do Tri da Libertadores.

Força Vascão!


Sds vascaínas a todos!

2 comentários:

Doug M@rques disse...

Esse blog tá ótimo. O Barbio pra mim não anda nada inspirado. hehehehe.

Abraço!

Ah, se puder... tire as confirmações de palavras nos comentários. Muita gente deixa de comentar por isso. É lá em configurações - comentários.

Patrick disse...

Achei bonito o protesto da torcida contra o racismo... O novo placar é lindo!

São Janú está bem modernizado, coisa que a antiga diretoria deixava ao relento... Parabéns ao nosso Vasco!

Mudando de assunto, acho que o Cristovão deveria dar mais chances ao Abelairas, pelos jogos que já o vi atuar mostrou que tem potencial, só precisa pegar mais ritimo. SV