quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Vasco minha vida, minha história, meu primeiro amigo

A frase que serve de título para este post é parte da mais linda canção que já ouvi de uma torcida de futebol. Quando a escutei pela primeira vez, pensei nesse enorme papel que o Vasco tem em nossas vidas: amigo. E hoje, nesse importante dia que nosso Clube completa 115 anos, compartilho com vocês o quanto meu amigo o Vasco é, há pouco mais de 20 anos.
Como amante de futebol, minhas brincadeiras sempre foram ligadas ao esporte. Fosse no vídeo game, no futebol de botão ou no totó, lá estava a cruz de malta animando minhas tardes. Na escola, quando não estava afim de prestar atenção nas aulas, lá estava eu  escrevendo a escalação ou desenhando o escudo do Vasco em uma folha de caderno. Confesso que nunca consegui, tamanha a beleza e complexidade de nosso símbolo.
Curiosamente, cresci numa rua de vascaínos. Via aquele grupo de adolescentes da Força Jovem indo pros jogos e, obviamente, minha mãe nunca deixou que eu fosse com eles. Quando os jogos importantes eram fora do Rio, penduravam bandeiras e faziam churrascos na rua. É assim até hoje!
A primeira camisa demorou. Veio aos 9 anos, após muito insistir com mamãe. Nunca tive ninguém na família pra incentivar essa paixão. Ela vem de DNA, já que meu avô não perdia um jogo sequer do Vasco, mesmo em seus dias terminais. Vovó, mamãe e meu tio também são vascaínos, mas longe desse fanatismo do vovô.
Ao lembrar da infância, penso que o Vasco é realmente meu primeiro amigo. Daquela época, o contato é raro com a molecada que jogava bola na rua. Com o Vasco, é diário, permanente. Mesmo em viagens, procuro de alguma forma me atualizar, o que se tornou bem mais fácil com a Internet.
Na adolescência, veio aquele sonho de todo garoto: Ser jogador de futebol. Quantas noites sonhando com isso e em 90% deles, lá estava eu com a camisa 1 do Vasco. Nos outros 10%, acertava minha transferência para a Europa, sempre para um clube português.
Mas como todo adolescente tem seus momentos de revolta, comigo não foi diferente. Lembro bem de um dia que fui à praia, após uma derrota para o Flamengo e, no caminho, xingava o Edmundo, por sua atuação pífia na noite anterior. Chegando lá, quem encontro? Sim, o próprio. Fiquei estático e, no fundo, minha vontade era de abraçá-lo. Acabei não fazendo uma coisa nem outra.
Por inúmeras vezes me emputeci, querendo jurar pra mim mesmo nunca mais ter que torcer e ir dormir de cabeça inchada após mais uma derrota. E a fase não era nada boa, convenhamos. Mas, amigo também é pras horas difíceis e no outro dia lá estava eu lendo o jornal, assistindo tv e sonhando com uma vitória na partida seguinte.
No Ensino Médio, novos amigos. Não preciso dizer que vascaínos, preciso? Aliás, isso foi uma dádiva em minha vida. Com poucas exceções, meus amigos compartilham essa paixão pelo Gigante da Colina. Com companheiros como esses, alguns bons desempenhos em campeonatos e lá fui tentar a sorte em um teste no Vasco Barra.
Na última avaliação, um choque arrebentou meu queixo e não voltei mais. Ruim? Que nada! Até me quebrando, o Vasco me ajudou. Eu tinha 16 anos e ali tive que começar minha vida profissional, felizmente bem sucedida. Desde então, nenhum goleiro da base jogou no profissional. Se aprovado, hoje, com sorte, estaria num Duque de Caxias.
A faculdade, estrategicamente localizada em frente ao Maracanã, proporcionou algumas alegres noites de futebol. E também uma reprovação. Quase no fim do curso, um professor carrasco dava aulas às quartas-feiras, no turno da noite. Justamente o horário que o Vasco mais jogava. Não teve jeito, reprovado por faltas. Coube cumprir a matéria no semestre seguinte, de manhã. Melhor do que ficar distante do meu bom amigo.
Com a estabilização profissional, veio a carteirinha se sócio do Vasco e tempo para criar este blog. Veio também uma graninha pra acompanhar esse amigo fora do Rio, com uma namorada vascaína, claro. Em 2010, a paternidade e não poderia deixar de apresentar Marina a esse amigão. Devidamente batizada na Capela de Nossa Senhora das Vitórias.
No ano seguinte, 2011, algumas dificuldades na vida pessoal, e esse amigo me compensou, com juros e correção monetária, todas as vezes que chorei por ele. Quando o mundo parecia ruir, bastava ligar a TV ou ir a São Januário que lá vinha mais uma vitória de um time vibrante, apaixonante, que jamais deixava de brigar pelo resultado. Não fossem aquelas noites e tardes inesquecíveis, teria sido muito mais difícil passar por tudo aquilo.
Apesar de grande, essa história não tem fim. Felizmente é assim. Que passem anos, décadas e que até o último dia de vida, eu tenha esse amigo ao meu lado. Compartilhando alegrias, tristezas e dividindo essa amizade com filhos, netos e amigos.
Afinal, o que é bom merece ser compartilhado. Se você ainda não tem esse amigo chamado Vasco da Gama, está perdendo a oportunidade de ser muito mais feliz. O que espera? O Vasco viverá por muito mais que 115 anos. Você não!
Por: Diego_Louzada
Sds vascaínas a todos!

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