sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A 90 minutos do maior feito da história

Quatro de fevereiro de 2011. O Vasco havia disputado cinco partidas oficiais na temporada e obtido apenas um empate e quatro derrotas, três delas para times do interior do Rio. O clima em São Januário era o pior possível, com o afastamento de Felipe e Carlos Alberto e demissão de Paulo César Gusmão. Dois dias depois, Ricardo Gomes faria sua estréia no comando cruzmaltino, contra o Americano. Vitória por 3x0 em São Januário. Fosse o ano vascaíno um filme, já começaria com o mocinho apanhando, sofrendo e sem dar esperanças de um final feliz.

Porém dez meses se passaram até este domingo, 04/12, dia da última partida da temporada. Aquele time desacreditado desapareceu e deu lugar a guerreiros que brigaram por todos os títulos do ano, com atuações épicas, tornando 2011 inesquecível para todo amante do Gigante da Colina. A possibilidade do título brasileiro coroa uma história que nem os maiores escritores seriam capazes de criar. Uma história de drama, luta e acima de tudo, muita paixão.

A saga começou a mudar ainda em fevereiro, com goleadas históricas sobre América e Comercial-MS. O time foi ganhando forma até a inédita conquista da Copa do Brasil, deixando para trás os favoritos da imprensa, Flamengo, São Paulo e um Coritiba recordista de vitórias. Estava garantida a vaga na Libertadores, sonho antigo da torcida.

Parasse o ano ali já teríamos atingido o principal desejo de todos os clubes do país. Estar na maior competição continental é garantia de receitas e de time ainda mais forte na temporada seguinte, dando ainda o direito de sonhar com a disputa do título mundial.

Veio o Brasileiro e era opinião quase que geral de que não tínhamos elenco para a disputa. Além disso, uma natural acomodação que faria de nosso segundo semestre um simples compromisso de calendário.

Como quem não queria nada fomos jogando, jogando e ao fim do primeiro turno, estávamos em 4º lugar, a apenas 2 pontos da liderança. Foi nesse momento da temporada que sofremos nosso maior baque. O comandante Ricardo Gomes, querido por diretoria, elenco e torcida sofreu um AVC à beira do gramado e ficou entre a vida ou a morte.

Ali passou a pouco importar o que acontecia em campo. Mas enquanto as notícias do hospital davam forças para os jogadores obterem as vitórias, as notícias do campo alegravam Ricardo e ele se recuparava melhor do que o esperado. A torcida abraçava o Clube de forma nunca antes vista e mesmo nas derrotas não parou de apoiar.

Com treinador interino, o time se superava a cada rodada e avançava também na Copa Sul-Americana. Contra desfalques e erros absurdos de arbitragem, chegou ao fim da temporada exausto, mas lutando pela Tríplice Coroa.

A distância para o líder permaneceu em dois pontos, faltando apenas um jogo para o fim do campeonato. Além de vencer o arqui-rival Flamengo, contamos com a ajuda do Palmeiras no clássico paulista.

A última cena será nesse domingo. E o herói que tanto sofreu nesse ano pode ter um final feliz e inesquecível. Serão milhares de corações unidos no Engenhão e outros milhões por todos os cantos do mundo. Um deles será o de Ricardo Gomes, presente no estádio.

Não será a taça mais importante de nossa galeria, mas por tudo que passamos esse ano, em um jogo contra o maior rival e dependendo de outro resultado, estamos à porta do maior feito de 113 anos de história.

Força Vascão!

Charge: Beto_Gomes


Sds vascaínas a todos!

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