terça-feira, 29 de março de 2011

Atenção súditos: o Rei está voltando

Um velho sonho da torcida vascaína parece enfim estar perto de se concretizar. Aos 36 anos, Juninho Pernambucano está próximo de retornar ao Clube onde fez história, se tornando um dos maiores ídolos de todos os tempos. O jogador espera apenas o fim do seu contrato com o Al Gharafa para vestir novamente a camisa cruzmaltina. Oficialmente a negociação ainda demorará para ser confirmada, mas nenhuma das partes nega o desejo pelo final positivo.

Para quem não acompanha o Vasco desde a decada de 90, a lembrança de Juninho pode se resumir ao fantástico gol na semifinal da Libertadores contra o River Plate. Aquele que virou canção entoada por todas as gerações por todos os estádios onde o Vascão atua. Mas Juninho é mais, muito mais.

Ao chegar ao Vasco em 1995, veio como contrapeso da negociação de Leonardo, tido como o craque do Sport Recife. Participou dos não vencedores times de 95 e 96, permanecendo no elenco mesmo após insucessos. Com a chegada de alguns reforços, o Vasco cresceu, chegando ao título brasileiro de 1997. Na Libertadores 98, mais uma conquista. Nesse período, que durou até 2000, o Vasco viveu seu ciclo de glórias. Muitos craques vestiram nossa camisa, como Edmundo, Evair, Mauro Galvão, Ramon, Pedrinho, Euller, Romário e Juninho Paulista. E ele sempre esteve lá. Nunca foi considerado o melhor jogador do time, mas para quê rótulos? Seu espaço no coração da torcida sempre esteve reservado.

Ao sair, no início de 2001, não escondeu sua tristeza, partindo para o Lyon. Não sem antes marcar os corações vascaínos com a emocionante cena batendo no peito após a reação na final da Mercosul contra o Palmeiras. Sem marketing, ações mirabolantes, ali estava um ídolo, um herói de toda uma torcida.

Na França, mudou a história do seu novo time. O Lyon, que nunca havia sido campeão nacional, embalou seguidos títulos, fazendo do nosso Reizinho, o maior ídolo da história da equipe. Mais do que um líder pela qualidade, Juninho sempre foi um líder pelo caráter, pelo exemplo, pelo trabalho. Nunca teve o nome ligado a polêmicas, sendo um exemplo de profissional.

Talvez por ser avesso à fama, não tenha tido na Seleção o destaque merecido. Considerado por muitos o melhor batedor de faltas do mundo, marcou alguns gols com a camisa canarinho, mas nunca foi titular absoluto. Após 8 anos de Lyon, partiu para o mundo árabe, jogando pelo Al Gharafa. Já nessa época, em 2009, houve o desejo do Vasco em repatriá-lo.

O time à época tinha pouca qualidade e Juninho foi honesto em não querer voltar. Ele sabia que não poderia render o mesmo que há 10 anos e poderia manchar sua imagem de ídolo. Toda responsabilidade estaria sobre seus ombros e com 34 anos, ele poderia ser uma decepção para a torcida. Vale lembrar que Juninho saiu do Vasco já com 26 anos.

Em todas as entrevistas nunca negou seu amor pelo Vasco, coisa rara nos dias de hoje. Sempre afirmou que só voltaria ao Brasil para jogar pelo Gigante da Colina ou pelo Sport, clube que o revelou. Suas filhas cobravam o seu retorno e cantavam as músicas do Clube, além de interagir com a torcida nas redes sociais.

Hoje apesar de mais velho, com 36 anos, vê no elenco a qualidade necessária para que seja apenas mais uma estrela. Brilhe ou não, Juninho não atrapalhará o Vasco, como ele sempre fez questao de frisar em suas entrevistas. Seu salário será abaixo do que um atleta de seu nível merece.

Sua volta significa mais do que apenas a chegada de um grande jogador. Juninho é ídolo incontestável de pelo menos duas gerações de torcedores. Uma, a minha, que o vi jogar quando criança. Pra mim e outros da minha idade, ele é um herói. Daqueles que a gente fica com cara de babaca quando chega perto.

Outra é daqueles que na década de 90 estavam na casa dos 20 ou 30 anos. Que assistiam todos os jogos e por motivos variados se afastaram dos estádios. Conheço alguns nessa situação e que teriam seu amor pelo Vasco renovado com a volta de um ídolo como Juninho.

Seu contrato deve ser somente até o fim do ano. Depois disso, ele ganharia um cargo no Clube, podendo ser na comissão técnica ou diretoria. Aí mais uma bola dentro do Clube, trazendo para o convívio e formação de novas gerações, alguém com imagem intocável e exemplar.

Que a espera termine logo e eu possa estar em breve assistindo meu ídolo jogar, tirar foto com ele e minha filha, para que no futuro ela se orgulhe desse herói cruzmaltino.

Volta Juninho! Volta Reizinho!

Sds vascaínas a todos!

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