sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fim de uma era

Na noite desta quinta-feira foi anunciada a saída de Rodrigo Caetano do cargo de diretor executivo do Vasco da Gama. Após uma reunião de mais de seis horas, ficou encerrada a relação iniciada logo após a queda à Série B, no fim de 2008. Ainda não foi acertada a contratação de um substituto.

Rodrigo chegou ao Rio de Janeiro após uma bem sucedida passagem pelo Grêmio. Com experiência no gramado e formação acadêmica específica, foi um dos primeiros profissionais a exercer este tipo de cargo. Com o sucesso obtido no Tricolor Gaúcho, chamou a atenção do país. Após sofrer com diretores amadores, como o folclórico Neca, o presidente Roberto Dinamite não titubeou e foi buscá-lo em Porto Alegre.

O sucesso foi imediato. O clube não tinha jogadores sequer pra escalar onze titulares e com uma boa busca no mercado, lutamos pelos títulos do Estadual e da Copa do Brasil, além do primeiro lugar na Segundona, projeto principal da temporada 2009.

Porém as principais contribuições do trabalho de Rodrigo não eram vistas no gramado. A gestão dos contratos, a busca por jovens que formavam ativo e a constante luta pelas melhorias estruturais. Se quando chegou ao Vasco não tínhamos nem onze jogadores, hoje possuímos craques que valem milhões e são alvo de cobiça internacional, como Fágner, Dedé e Rômulo. Todos chegaram como desconhecidos e cresceram no Clube, sob comando de Rodrigo.

Além disso, sempre se preocupou em blindar o elenco e nesses anos vimos pouquíssimas polêmicas no futebol cruzmaltino. Nada de bate-boca pela imprensa, invenções sobre contratações ou outras bizarrices que vemos em clubes rivais. Porém nem tudo estava ao seu alcance e apesar de competente, era apenas um funcionário do Clube.

Desde sua chegada, o ex-diretor frisou a necessidade da construção de um Centro de Treinamento. A não evolução deste tema gerou desgastes constantes e a cada ano vivíamos uma novela sobre sua permanência ou não. O assédio era incessante, principalmente do Fluminense e Grêmio, que entrou em decadência após a sua saída.

Além disso, demonstrou insatisfação com frequentes problemas nas divisões de base. Esse que foi justamente um de seus maiores legados nos Pampas, onde o Grêmio vendeu diversos jogadores, obtendo também inúmeros títulos nas categorias menores.

Peça fundamental em nosso processo de contratações, sua saída acontece em um momento complicado. Ele vinha participando das conversas para aquisição de jogadores e sua credibilidade no mercado sempre foi um atrativo para que atletas e empresários aceitassem propostas do Vasco. Para quem chega ao Clube, faz toda diferença saber que Rodrigo não estará lá gerindo o futebol. Pior!

Não há definição do substituto e São Januário tem um histórico de problemas e ingerências no comando do seu principal esporte. Os três últimos anos foram de exceção e voltamos a navegar em mares incertos. Notícias serão lançadas na imprensa aos montes e podem nos fazer retroceder em um primeiro momento, com uma necessária varredura nos problemas que levaram à saída de Rodrigo.

Fica a cargo de Dinamite e Mandarino aproveitar a herança do trabalho de Caetano e manter o Clube em crescimento. O sucessor pode ser alguém com experiência em gestão ou uma aposta, como fez o Corinthians com Edu Gaspar.

Meu preferido é Juninho Pernambucano, que encerra a carreira como jogador esse ano e conhece o Vasco como ninguém. Seu caráter inquestionável e sua conhecida dedicação seriam exemplos para o Clube em todas as categorias, além do primeiro passo para que ele futuramente seja presidente do Vasco.

Até que isso possa se tornar real, outras hipóteses podem ser pensadas, como o próprio Ricardo Gomes, ainda impossibilitado de estar à beira do gramado. Mauro Galvão, ídolo cruzmaltino e com experiência em Vitória e Avaí é outra boa alternativa.

Aguardemos, na expectativa também pelo fechamento do elenco 2012, prevista para antes do Natal.


Sds vascaínas a todos!

Um comentário:

Patrick Araújo disse...

Não vai adiantar por o Juninho, o Mauro Galvão ou qualquer outro profissional qualificado no lugar do Caetano.

O problema, como já foi relatado por jornalistas que cobrem o Vasco, é que as divisões de base foram transformadas em feudos eleitorais, garantindo a reeleição do R.Dinamite esse ano. Logo, ele não pode tirar essas pessoas de seus cargos, promovendo a profissionalização do departamento de futebol do clube, como estava tentando fazer.

Ele não perde nada sendo “demitido”,
O Vasco perde o melhor profissional que passou pelo cargo em anos, desde antes da geração Eu-Rico Miranda.