quarta-feira, 31 de março de 2010

A reunião sobre as Divisões de Base do Vasco

Como anunciado aqui ontem, assisti ontem a um debate sobre as Divisões de Base do Vasco da Gama, organizado pelo grupo político Cruzada Vascaína. Dentre os debatedores estavam membros do grupo e pessoas que trabalharam nas divisões de Base da antiga e da nova gestão. O encontro durou pouco mais de 3 horas, das 19:50 até 23:20.
Enquanto aguardava o início do evento, o Sr. Leonardo Gonçalves, presidente do Grupo fez uma breve apresentação da história e das idéias de sua equipe, que nasceu como uma terceira via política no Vasco, sem essa eterna briguinha Eurico X Roberto. Quem quiser mais informações do movimento, do qual NÃO faço parte, passo por e-mail, pois esse não é o foco desse texto.
O primeiro a falar sobre o tema foi o Sr. José Mourão, Grande Benemérito do Vasco, que já foi Vice-Presidente de Futebol Amador e do Infanto-Juvenil na Gestão de Eurico Miranda. Ele afirmou nunca ter havido ingerência em seu trabalho e que o Clube contava com grande estrutura para formação de jogadores, desde os 8 anos de idade, saindo do futsal para o campo.
Em seguida, Humberto Rocha (foto à esquerda), atual Coordenador das Divisões de Base do Vasco, explicou um pouco do trabalho atual. Em sua primeira explanação, foi firme em defender a necessidade de um CT, para que o Clube possa trabalhar todas as suas divisões de base. Esse trabalho era feito no Vasco-Barra, de onde o Clube saiu pela divída de aluguel.
Ao ser perguntado, falou sobre a área de Caxias, ao lado do Jornal o Globo, que pertence ao Vasco e poderia abrigar até 7 campos oficiais. Segundo ele, a obra está embargada pelo Ministério Público Federal. Existe a necessidade do Clube ir à Brasília, assinar um Termo de Ajuste de Conduta e retirar o aterramento da área, obra orçada em cerca de R$ 500 mil. Na verdade, muito mais uma questão política, que se complicou com a mudança de prefeito no município, além da falta de vontade de quem hoje dirige o Vasco.
Ainda sobre o CT, Humberto disse que foi oferecida ao Vasco uma área gigantesca, mas fora do Rio, o que causou o seu descarte. Em primeira mão, digo aqui que há a possibilidade de uma área que abrigaria 10 campos oficiais, próxima a São Januário, que está sendo tratada com sigilo por todos no Clube.
Após essa fala inicial de Humberto, o Sr. Mourão (foto da direita) respondeu e se criou um longo debate entre o representante da antiga diretoria e da atual, muito mais em torno de política que em termos técnicos. Com isso, os outros integrantes precisaram ser breves em suas colocações, até pelo adianto da hora.
O Sr. Márcio Fernandes, que trabalhou com futsal de base em anos anteriores, criticou a saída de alguns jogadores criados no Clube, como Muralha e João Marcos. Disse que hoje, colhemos na base, frutos da gestão anterior, mas o abandono da base, nos traria problemas a médio prazo. Segundo ele, o Vasco hoje não tem mais campos para os jovens, tendo perdido Vasco-Barra, Caxias e União de São João de Meriti.
Ele e os demais questionaram Humberto Rocha e Jair Bragança (também representando a atual direção), sobre o motivo de tantas demissões na base, logo após a mudança de diretoria. Em resposta foi dito, que foram decisões superiores e que não se trataria de uma 'Caça as Bruxas'.
Não convencidos, os debatedores criticaram a atual gestão por se tratarem de profissionais de imenso gabarito, que o Clube perdeu, alguns inclusive indo para os rivais. Humberto concordou, mas disse que as necessidades foram analisadas e trazidos profissionais de , no mínimo, igual capacidade.
Em seguida, Humberto Rocha e Jair Bragança, afirmaram que hoje, o Clube faz triagem e pesquisa de jogadores por todo o país, muitas vezes contratando atletas já com idade de júnior, como foram os casos de Lipe e Rômulo Monteiro.
Nisso também foram criticados, por esses jogadores estarem teoricamente tomando a vaga de meninos que cresceram no Clube. Ambos responderam dizendo que o que valia era a qualidade do jogador e que eram feitas avaliações constantes, para que os melhores ficassem. Muitas vezes um jogador pode ter sido craque no Mirim, mas não ter tido a evolução esperada, se tornando mediano no juvenil ou júnior.
O fisiologista Vinicius Herdy, explicou um pouco do trabalho que era feito para evolução física dos jogadores, e foi mostrada uma ficha de avaliação de Philippe Coutinho, ainda mais jovem, que já mostrava que seu físico era para a posição de meia-atacante. Após sair do Clube no ano passado, Vinicius trabalhou no Barueri, além de participar de eventos por todo o país.
Ele afirmou com veemência que a estrutura no Rio ainda deixa muito a desejar em relação ao resto do país, principalmente São Paulo. E que o mais correto seria buscar os meninos já na comunidade carente, fazendo todo o acompanhamento para um crescimento saudável.
Por fim, o também profissional de Educação Física, Carlos Eduardo (também na foto da direita), falou um pouco sobre o CIFAT (Centro Integrado de Formação de Atletas), que o Clube dispunha e acabou em 2008. Nesse centro os meninos recebiam todo tipo de acompanhamento, desde o alimentar até o psicológico.
O tempo se foi, vieram as explanações finais e algumas dúvidas dos presentes. Infelizmente, minha pergunta era muito complexa e seria necessário um tempo exagerado para que ela fosse devidamente respondida pelos representantes do Clube.
Basicamente, queria saber se há alguma política de integração base-profissional, para que o elenco adulto tenha sempre uma quantidade X de atletas formados no Clube, para que se crie um ciclo de negociações que tornem o Clube viável financeiramente.
Vejo como o ideal, que o Vasco tenha no seu elenco profissional, não somente os extra-séries, como Coutinho e Alex Teixeira, mas também opções de grupo, como um terceiro goleiro, um zagueiro reserva e etc. Hoje, em toda a linha defensiva, não há sequer um jogador formado na base, isso falando em um universo de 13 jogadores para 5 posições.
Estarei encaminhando essa dúvida para o presidente da Cruzada Vascaína, esperando que ela seja repassada ao Sr. Humberto Rocha e posteriormente debatida em um novo encontro. Encontro esse, que espero, seja mais técnico que político, como o de ontem.
Caso o resumo não tenha sido satisfatório, fico totalmente à disposição para tirar dúvidas sobre o que aconteceu ontem, me mantendo ainda aberto a sugestões que possam ser levadas a um novo debate. Na minha cabeça, o que importa é o Vasco e os interesses do Vasco devem sempre permear esses debates, não importando se Fulano é melhor ou pior que Beltrano.
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Sds vascaínas a todos!

4 comentários:

Gremista Fanático disse...

Não seria nem capaz de imaginar o Vasco fora do Rio de Janeiro entao nada mais justo do que descartar esse local pro Vasco, mas é fato que uma melhora nas categorias de base passa fundamentalmente pela criação de um CT maior e melhor, abraço.

Saudações do Gremista Fanático

FilipeJMS disse...

Realmente não tem motivos para trazer um terceiro goleiro (Alessandro, que já era terceiro no Grêmio)e para renovar com um zagueiro que é a última opção na posição e quando entrou foi mal no passado (Dedé). Tem que fechar o completar o elenco com a base!

Mas concordo quando a situação diz que só porque o jogador não passou por todas as categorias de base que ele não deve ser contratado. Esse atacante Lipe parece ser muito bom de bola, vamos ver!

Já adicionei o seu blog na minha lista também, abraços!!

Aldevan Junior disse...

Fala Diego!

Cara, um lugar bom para o Vasco ou para qualquer clube seria a zona portuária... o lugar está abandnado e poderia abrigarum grande CT naquele galpões abandonados... Não falo dos galpões colados ao cais, mas os que fcam pelos arredores da Rodrigues Alves...


Além de revitalizar o local, ocuparia um grande espaço de uma área importante -CENTRO DA CIDADE-e serivivia como um possível celeiro de craques.

Abraço!

Carlos Gregorio Junior disse...

Fala Diego, só pude ver essa tua explanação agora. Cara, essa parada toda da base para mim depende de um CT, que hoje infelizmente não temos. Ao invés de ficarmos investindo em jogadores como Dedé, Palermo, Benitez, Vera, Jumar, deveriamos montar um CT, pois isso é fundamental para o crescimento de um clube de futebol. Não que o Vasco não seja grande, mas é que no futuro isso pode nos levar a ser um time medio do Futebol Brasileiro.

Acho que sua pergunta seria muito pertinente, pois se não tivermos na base jogadores capazes de fazerem parte do elenco principal, porque a temos então?! Acho que possuimos bons jogadores nos juniores na posição que voce citou. O Cestaro e o Adilson que são goleiros, o Max e o Carlinhos que são laterais poderiam ser mais aproveitados.

Vou divulgar esse teu resumo. Muito bom mesmo! Queria morar ae para ir a essa discussão.

Abração e FELIZ PASCOA