Vivemos durante anos no Brasil sob a sombra da ditadura militar. Oficialmente ela acabou e voltaram a democracia e a liberdade de imprensa. Disse, oficialmente porque passamos a viver um outro tipo de ditadura em nosso país: a ditadura da imprensa. Aquela que publica suas opiniões como verdade tentando levar a população, especialmente a mais carente, a pensar do modo que lhe convém. Na verdade, isso vem de décadas, mas como não sou tão velho assim, vou restringir o texto a fatos mais recentes.
Apesar desse blog ser sobre futebol, vou citar um exemplo político pra começar. Nosso atual presidente Lula, foi candidato por diversas oportunidades antes de conseguir se eleger. Com discursos oposicionistas, era massacrado pela imprensa, especialmente pelas Organizações Globo. Apenas quando mudou o tom do discurso, passando a mostrar uma face mais mercantilista, foi tratado com mais respeito pela mídia e assim o caminho ao Palácio do Planalto ficou livre.
Ano passado no Rio, a situação se repetiu. Antes da campanha, o bispo Marcelo Crivella era o grande favorito a prefeitura. Obviamente, foi torturado pelos inimigos da Igreja a que ele pertence e caiu nas pesquisas. Surgiu então o fenômeno Gabeira. Tachado de maconheiro, hippie, gay e etc, perdeu por pouco a eleição para o queridinho dos jornais e TVs, Eduardo Paes.
Ok, política é um saco, então vamos para o futebol. O ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, era adorado pela torcida até 2000, tendo inclusive sido eleito com sobras para deputado federal. Veio então a final da Copa João Havelange e o famoso logotipo do SBT na camisa. Começava ali a queda do Vasco. Metade do Jornal Nacional era dedicado ao nosso dirigente e a famosa CPI do Futebol, acabou virando a CPI do Eurico. De uma hora pra outra, deixaram de existir ladrões, contraventores e traficantes no país. A raiz de todos os males era um senhor barrigudo fumando charuto.
Passando pra dentro de campo, tivemos no Brasileirão do ano passado mais um exemplo típico da ação da imprensa sob as pobres mentes da população. Na partida entre Cruzeiro e mulambos, supostamente houve um pênalti a favor do mal. O site globoesporte.com elegeu o “erro” como o Mico da Rodada, mesmo se tratando de um lance muito discutível. Os meios de comunicação da Globo passaram a atacar o árbitro Carlos Simon de forma orquestrada, o que fazem até hoje. Mais tarde, um vídeo da ESPN comprovou que nada houve no lance, mas aí o estrago já estava feito. Milhões de pessoas já estavam nas ruas gritando: “o fla foi roubado” “Simon ladrão” e etc.
Neste fim de semana houve um novo exemplo. Na final do Carioca, houveram dois lances estranhíssimos a favor do time da mídia burro-negra. Sobre os mesmos, dois flamenguistas que trabalharam comigo tiveram a mesma opinião que eu e só por isso estou incluindo o jogo de domingo neste texto.
Primeiro foi um pênalti onde o detentor da bola abdica de jogar e mergulha no gramado como se fosse uma piscina. Depois o mesmo artista agride, ofende moralmente e ameaça seu adversário, recebendo apenas o amarelo. Pior do que os erros do juiz, só mesmo assistir o ‘especialista’ da Globo dizer que o homem do apito acertou nos dois lances. Ora, mas esse ‘especialista’ não é aquele que deu uma Libertadores e teve participação fundamental nos títulos brasileiros do time beneficiado? Vai explicar isso pra quem lê Meia-Hora, Expresso, Extra ou apenas assiste TV.
Pra completar, uma outra emissora tentou inventar um pênalti do goleiro Renan sobre Ibson em jogada aérea, onde o mulambo bota a mão na bola, impedindo o goleiro de efetuar a defesa. Na capa dos jornais cariocas de hoje, espaço imenso para a defesa do agressor Juan, tentando convencer o povo que ele é o coitado da história enquanto o vilão é o habilidoso Maicosuel. Alguns tablóides de menor escalão, chegavam a comemorar a ausência do camisa 10 alvinegro na partida final. É assim há décadas e parece que não há previsão dessa imprensa mulambo mudar.
Vale lembrar que o papel fundamental da imprensa, seja ela escrita, falada ou em vídeo, é informar e dar ao povo conhecimento de seu passado, condições de entender seu presente para construir um futuro melhor. Cabe àqueles que fazem jornalismo nesse país fazer o povo pensar e ter opinião e não imputá-las no cérebro alheio como em uma adaptação do sagrado Pai Nosso: “seja feita a nossa vontade”.
O jornalista que quiser emitir opinião que a faça em um Blog ou coluna à parte em jornais e revistas. Esses meios existem para isso e são usados com muita qualidade por alguns profissionais. Fazer de manchetes e notícias de jornais e sites, ferramentas para lesar e enganar o povão apenas será útil para manter nosso país como eterno sub-desenvolvido, econômica e principalmente intelectualmente.
Apesar desse blog ser sobre futebol, vou citar um exemplo político pra começar. Nosso atual presidente Lula, foi candidato por diversas oportunidades antes de conseguir se eleger. Com discursos oposicionistas, era massacrado pela imprensa, especialmente pelas Organizações Globo. Apenas quando mudou o tom do discurso, passando a mostrar uma face mais mercantilista, foi tratado com mais respeito pela mídia e assim o caminho ao Palácio do Planalto ficou livre.
Ano passado no Rio, a situação se repetiu. Antes da campanha, o bispo Marcelo Crivella era o grande favorito a prefeitura. Obviamente, foi torturado pelos inimigos da Igreja a que ele pertence e caiu nas pesquisas. Surgiu então o fenômeno Gabeira. Tachado de maconheiro, hippie, gay e etc, perdeu por pouco a eleição para o queridinho dos jornais e TVs, Eduardo Paes.
Ok, política é um saco, então vamos para o futebol. O ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, era adorado pela torcida até 2000, tendo inclusive sido eleito com sobras para deputado federal. Veio então a final da Copa João Havelange e o famoso logotipo do SBT na camisa. Começava ali a queda do Vasco. Metade do Jornal Nacional era dedicado ao nosso dirigente e a famosa CPI do Futebol, acabou virando a CPI do Eurico. De uma hora pra outra, deixaram de existir ladrões, contraventores e traficantes no país. A raiz de todos os males era um senhor barrigudo fumando charuto.
Passando pra dentro de campo, tivemos no Brasileirão do ano passado mais um exemplo típico da ação da imprensa sob as pobres mentes da população. Na partida entre Cruzeiro e mulambos, supostamente houve um pênalti a favor do mal. O site globoesporte.com elegeu o “erro” como o Mico da Rodada, mesmo se tratando de um lance muito discutível. Os meios de comunicação da Globo passaram a atacar o árbitro Carlos Simon de forma orquestrada, o que fazem até hoje. Mais tarde, um vídeo da ESPN comprovou que nada houve no lance, mas aí o estrago já estava feito. Milhões de pessoas já estavam nas ruas gritando: “o fla foi roubado” “Simon ladrão” e etc.
Neste fim de semana houve um novo exemplo. Na final do Carioca, houveram dois lances estranhíssimos a favor do time da mídia burro-negra. Sobre os mesmos, dois flamenguistas que trabalharam comigo tiveram a mesma opinião que eu e só por isso estou incluindo o jogo de domingo neste texto.
Primeiro foi um pênalti onde o detentor da bola abdica de jogar e mergulha no gramado como se fosse uma piscina. Depois o mesmo artista agride, ofende moralmente e ameaça seu adversário, recebendo apenas o amarelo. Pior do que os erros do juiz, só mesmo assistir o ‘especialista’ da Globo dizer que o homem do apito acertou nos dois lances. Ora, mas esse ‘especialista’ não é aquele que deu uma Libertadores e teve participação fundamental nos títulos brasileiros do time beneficiado? Vai explicar isso pra quem lê Meia-Hora, Expresso, Extra ou apenas assiste TV.
Pra completar, uma outra emissora tentou inventar um pênalti do goleiro Renan sobre Ibson em jogada aérea, onde o mulambo bota a mão na bola, impedindo o goleiro de efetuar a defesa. Na capa dos jornais cariocas de hoje, espaço imenso para a defesa do agressor Juan, tentando convencer o povo que ele é o coitado da história enquanto o vilão é o habilidoso Maicosuel. Alguns tablóides de menor escalão, chegavam a comemorar a ausência do camisa 10 alvinegro na partida final. É assim há décadas e parece que não há previsão dessa imprensa mulambo mudar.
Vale lembrar que o papel fundamental da imprensa, seja ela escrita, falada ou em vídeo, é informar e dar ao povo conhecimento de seu passado, condições de entender seu presente para construir um futuro melhor. Cabe àqueles que fazem jornalismo nesse país fazer o povo pensar e ter opinião e não imputá-las no cérebro alheio como em uma adaptação do sagrado Pai Nosso: “seja feita a nossa vontade”.
O jornalista que quiser emitir opinião que a faça em um Blog ou coluna à parte em jornais e revistas. Esses meios existem para isso e são usados com muita qualidade por alguns profissionais. Fazer de manchetes e notícias de jornais e sites, ferramentas para lesar e enganar o povão apenas será útil para manter nosso país como eterno sub-desenvolvido, econômica e principalmente intelectualmente.
* Caso tenha passado a impressão, não quis aqui passar a imagem de Eurico, Gabeira, Crivella ou Simon como santinhos. Eles apenas são exemplos do ataque absurdo da imprensa.
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Respondendo aos comentários:
Almirante - Vou procurar o livro para saber um pouco mais do passado, principalmente do nosso Vasco. Abraço!
Snoopy - 9x0 sobre os mulambos. Parabéns! Não podemos vacilar contra o Icasa para seguirmos bem na Copa do Brasil. Abraço e sds!
Gremista - Bela goleada sobre o rival, hein. 10 é um número emblemático. A estréia será mesmo no Caldeirão e ele muito nos ajudará no restante do ano. Abraço e sds!
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Sds vascaínas a todos!
6 comentários:
muita ditadura
Concordo com tudo que voce disse Diego. A mídia infelizmente não tem o objetivo de gerar seres pensantes, de levar questões ao seu público, de esclarece-los. Querem, somente, falar o que os Mulambos querem ouvir, pois é essa a receita pra vender jornal.
Isto acontece. Infelizmente.
Aqui em BH, inclusive, a torcida do Cruzeiro tem travado uma verdadeira guerra contra os principais órgãos de imprensa, com muitas faixas e gritos contra eles nos estádios. Uma iniciativa bacana e que pode dar algum resultado.
Sobre o jogo de domingo: achei que houve penalti. Mas o Juan deveria ser expulso, sem dúvidas. O Fla foi muito ajudado.
Otimo texto Diego, são alguns pontos que nos levam a crer que vivemos sim em uma ditadura muito bem camuflada nesse pais, parabens pelo otimo conhecimento, abraço.
Saudações do Gremista Fanático
cara, temos debatido isso exaustivamente no programa nosso na rádio...aliás tente ouvir(sei que vai gostar...hejhhe)...só não concordo com o comentário em relação ao Eurico(pra mim ele pelo que fez contra o vasco, nada que tenha feito a favor justifica, atualmente!)
sei que a imprensa comete um crime de lesa-opinião e que a globo condescendente com tudo isso, mas temos que ver que assim como em cada seis pessoas em dez são flamenguistas, assim o é entre o s jornalista e o público -alvo a quem eles escrevem! infelizmente o mito da imparcialidade não existe(sub-existe) e o foco é "vender o produto", mas para quem? então temos que agradar o famoso quem! que é a massa alienada do urubu, sem massa cinzenta e que se ilude fácil fácil! poi´s é belo post...agora chega lá no MFC e manda um passa fora ao Alberto com suas postagem das camisas! casaca...saudações vascainas..e que livro é esse sobre a história do vascão? abs, leandro
ótimo texto, louzada.
cara, me serviu até de inspiração para escrever sobre o assunto.
passa lá!
abração!
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