A Cruz de Malta, meu coração!

Tenho certeza que todos que lerem isso vão me chamar de louco após a leitura da frase seguinte, mas a leitura do texto inteiro fará entender a razão da afirmação. Ontem foi o dia que sai mais feliz do estádio nesse ano. E olha que fui em todos os jogos do Vasco no Rio. O time perdeu? Sim, perdeu. Mas torcer para um time não é só querer a vitória. É muito mais. É cantar, vibrar, apoiar, demonstrar seu amor ao time antes, durante e depois dos jogos. Ainda verei o Vasco jogar muitas vezes contra o urubu. Verei vitórias, empates e derrotas. O jogo de ontem foi apenas mais um. Mais uma derrota, que daqui há um tempo, ninguém mais se lembrará, afinal não valia de nada. Porém pra mim, nunca sairá da memória. Usarei a letra da música da GUERREIROS DO ALMIRANTE que expressa bem o que sentem as pessoas que como eu, fazem do Vasco a razão de nossas vidas.
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E eu não paro, não paro não
A Cruz de Malta, meu coração
Vasco da Gama, minha paixão
Vasco da Gama, religião
De todos os amores que eu tive és o mais antigo
Vasco, minha vida, minha história, meu primeiro amigo
Quem não me conhece, me pergunta por que te segui
Eu levo a Cruz de Malta no meu peito desde que eu nasci.
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Torcer para um clube, no meu humilde ponto de vista, funciona mais ou menos como uma religião. Muitos dizem que são católicos, mas poucos são os que declaram, exaltam e demonstram sua fé. Da mesma forma, funciona com um time de futebol. Existem aqueles que são torcedores e os simpatizantes do time. Existe uma grande diferença entre o vascaíno praticante e o vascaíno festivo.
O vascaíno não-praticante compra camiseta pirata, vai somente aos jogos decisivos. Raramente é sócio, quando é, bastam duas ou três derrotas para ameaçar se desligar do quadro. Corneteia jogadores que ainda nem estrearam, para garantir um futuro comentário de "eu não disse?". Este torcedor quer que o Vasco faça por ele a qualquer custo em qualquer circunstância. Nos momentos ruins ele omite-se da sua parcela de culpa que está querendo ou não, intrínseca ao seu clubismo. E isto não é só característica de torcedor comum. Eles estão em todas as partes, nas arquibancadas, nos camarotes, infiltrados na torcida e no conselho, volta e meia também podem surgir na direção.
O vascaíno praticante, também quer que o Vasco lhe dê alegrias, mas ao contrário do outro entende que como torcida, faz parte do clube e cada vez mais, do time dentro de campo. Faz pelo Vasco antes que o Vasco faça por ele. Se tem condições se associa. Se não tem, muitas vezes chega a deixar o carnê das Casas Bahia de lado para ir ao estádio. Canta e apóia o tempo todo na social ou na geral. Prefere comprar uma camiseta promocional de algodão na Vasco Boutique do que uma "oficial" pirateada no centro. Organizam excursões vindas de cidades à centenas de kilômetros para jogos que muitos da capital, não acham "interessantes" de ir.
E é por essa razão que o jogo de ontem foi tão especial. Assistir um jogo na Guerreiros do Almirante é uma sensação indescritível. Cantar o jogo todo, sem em momento algum vaiar ou xingar nossos atletas. Canções lindas, como a citada acima, que falam do nosso amor ao Vasco. Não importa quem esteja lá em campo, Abuda, Amaral, Rubens Jr...Lá está o Vasco, o maior amor da minha vida, que está gravado em minha pele na forma de tatuagem e em meu coração com raízes indestrutíveis. Saber que existem torcedores que pensam como eu, me fez muito feliz e não é uma simples derrota que tiraria essa felicidade.
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Vasco sempre, acima de tudo e de todos!

**Pra quem veio aqui esperando xingamentos e críticas aos atletas, técnico e diretoria, só lamento. Acho sim que o time jogou mal e que muitos não são dignos de atuar no clube mais lindo e mais glorioso do Brasil. Porém, daí a vaiá-los ou xingá-los vai uma grande diferença. Se são eles que ali estão, é por eles que vou torcer, por eles que vou gritar.

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Sds vascaínas a todos!