A frase que serve de título para este post é parte da mais linda
canção que já ouvi de uma torcida de futebol. Quando a escutei pela primeira
vez, pensei nesse enorme papel que o Vasco tem em nossas vidas: amigo. E hoje,
nesse importante dia que nosso Clube completa 115 anos, compartilho com vocês o
quanto meu amigo o Vasco é, há pouco mais de 20 anos.
Como amante de futebol, minhas brincadeiras sempre foram ligadas
ao esporte. Fosse no vídeo game, no futebol de botão ou no totó, lá estava a
cruz de malta animando minhas tardes. Na escola, quando não estava afim de
prestar atenção nas aulas, lá estava eu escrevendo a escalação ou desenhando o escudo do Vasco em uma
folha de caderno. Confesso que nunca consegui, tamanha a beleza e complexidade
de nosso símbolo.
Curiosamente, cresci numa rua de vascaínos. Via aquele grupo de
adolescentes da Força Jovem indo pros jogos e, obviamente, minha mãe nunca
deixou que eu fosse com eles. Quando os jogos importantes eram fora do Rio, penduravam
bandeiras e faziam churrascos na rua. É assim até hoje!
A primeira camisa demorou. Veio aos 9 anos, após muito insistir
com mamãe. Nunca tive ninguém na família pra incentivar essa paixão. Ela vem de
DNA, já que meu avô não perdia um jogo sequer do Vasco, mesmo em seus dias
terminais. Vovó, mamãe e meu tio também são vascaínos, mas longe desse
fanatismo do vovô.
Ao lembrar da infância, penso que o Vasco é realmente meu primeiro
amigo. Daquela época, o contato é raro com a molecada que jogava bola na rua.
Com o Vasco, é diário, permanente. Mesmo em viagens, procuro de alguma forma me
atualizar, o que se tornou bem mais fácil com a Internet.
Na adolescência, veio aquele sonho de todo garoto: Ser jogador de
futebol. Quantas noites sonhando com isso e em 90% deles, lá estava eu com a
camisa 1 do Vasco. Nos outros 10%, acertava minha transferência para a Europa,
sempre para um clube português.
Mas como todo adolescente tem seus momentos de revolta, comigo não
foi diferente. Lembro bem de um dia que fui à praia, após uma derrota para o
Flamengo e, no caminho, xingava o Edmundo, por sua atuação pífia na noite
anterior. Chegando lá, quem encontro? Sim, o próprio. Fiquei estático e, no
fundo, minha vontade era de abraçá-lo. Acabei não fazendo uma coisa nem outra.
Por inúmeras vezes me emputeci, querendo jurar pra mim mesmo nunca
mais ter que torcer e ir dormir de cabeça inchada após mais uma derrota. E a
fase não era nada boa, convenhamos. Mas, amigo também é pras horas difíceis e
no outro dia lá estava eu lendo o jornal, assistindo tv e sonhando com uma vitória
na partida seguinte.
No Ensino Médio, novos amigos. Não preciso dizer que vascaínos,
preciso? Aliás, isso foi uma dádiva em minha vida. Com poucas exceções, meus
amigos compartilham essa paixão pelo Gigante da Colina. Com companheiros como
esses, alguns bons desempenhos em campeonatos e lá fui tentar a sorte em um
teste no Vasco Barra.
Na última avaliação, um choque arrebentou meu queixo e não voltei
mais. Ruim? Que nada! Até me quebrando, o Vasco me ajudou. Eu tinha 16 anos e
ali tive que começar minha vida profissional, felizmente bem sucedida. Desde
então, nenhum goleiro da base jogou no profissional. Se aprovado, hoje, com sorte, estaria num Duque de Caxias.
A faculdade, estrategicamente localizada em frente ao Maracanã,
proporcionou algumas alegres noites de futebol. E também uma reprovação. Quase no
fim do curso, um professor carrasco dava aulas às quartas-feiras, no turno da
noite. Justamente o horário que o Vasco mais jogava. Não teve jeito, reprovado
por faltas. Coube cumprir a matéria no semestre seguinte, de manhã. Melhor do que ficar distante do meu bom amigo.
Com a estabilização profissional, veio a carteirinha se sócio do
Vasco e tempo para criar este blog. Veio também uma graninha pra acompanhar
esse amigo fora do Rio, com uma namorada vascaína, claro. Em 2010, a paternidade e não poderia deixar de
apresentar Marina a esse amigão. Devidamente batizada na Capela de Nossa
Senhora das Vitórias.
No ano seguinte, 2011, algumas dificuldades na vida pessoal, e
esse amigo me compensou, com juros e correção monetária, todas as vezes que
chorei por ele. Quando o mundo parecia ruir, bastava ligar a TV ou ir a São
Januário que lá vinha mais uma vitória de um time vibrante, apaixonante, que
jamais deixava de brigar pelo resultado. Não fossem aquelas noites e tardes
inesquecíveis, teria sido muito mais difícil passar por tudo aquilo.
Apesar de grande, essa história não tem fim. Felizmente é assim.
Que passem anos, décadas e que até o último dia de vida, eu tenha esse amigo ao
meu lado. Compartilhando alegrias, tristezas e dividindo essa amizade com filhos,
netos e amigos.
Afinal, o que é bom merece ser compartilhado. Se você ainda não tem esse amigo chamado Vasco da Gama, está perdendo a oportunidade de ser muito mais feliz. O que espera? O Vasco viverá por muito mais que 115 anos. Você não!
Por: Diego_Louzada
Sds vascaínas a todos!
Afinal, o que é bom merece ser compartilhado. Se você ainda não tem esse amigo chamado Vasco da Gama, está perdendo a oportunidade de ser muito mais feliz. O que espera? O Vasco viverá por muito mais que 115 anos. Você não!
Por: Diego_Louzada
Sds vascaínas a todos!
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